Estágio I
Ocorrência: 2008/09 - 1S
Cursos
Horas Efetivamente Lecionadas
1TurmaU-G2
1TurmaU-G1
1Turma U
Língua de Ensino
Português
Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem
- Diagnosticar problemas específicos do envelhecimento, identificando com clareza o encadeamento de factores sociais e psicológicos que estão na sua génese
- Observar e debater os problemas inerentes à prática, relacionando-os com os saberes teóricos, processuais e saberes-fazer leccionados nas diversas unidades curriculares do curso
(tradução dos saberes teóricos e instrumentais em programas de acção prática)
- Saber implementar programas de acção promotores de um «envelhecimento bem sucedido»;
- Saber estabelecer e desenvolver uma relação de escuta empática e de acompanhamento psicossocial dos idosos, tendo em conta as várias fases do processo de envelhecimento e os diversos estatutos de saúde;
- Conhecer e implementar metodologias de avaliação da qualidade de vida e do bem-estar das populações idosas;
- Ser um agente activo da construção e gestão de organizações que promovam a participação social dos idosos;
- Ter conhecimentos actualizados acerca das políticas de protecção da população idosa em Portugal
- Conhecer as potencialidades e limitações dos diversos tipos de equipamentos e serviços acessíveis à população idosa e desenvolver a criatividade necessária para lutar contra os funcionamentos estereotipados e afastados das necessidades concretas dos idosos;
- Saber elaborar um diagnóstico dos recursos humanos, materiais e culturais disponíveis numa dada território e susceptíveis de ser mobilizados para enriquecer o quotidiano dos idosos;
- Ter o gosto, a vontade e a criatividade necessárias para investir na criação de dispositivos de acção que levem os idosos, de origens sociais e culturais diversificadas, a desenvolver a sua participação social enquanto forem independentes e a perpetuar a curiosidade e o interesse pelas coisas da vida, quando se tornam mais vulneráveis ou até dependentes;
- Ter disponibilidade para continuamente reflectir sobre a prática à luz dos conhecimentos científicos disponíveis, de uma avaliação dinâmica das acções empreendidas e de referências éticas.
Programa
1. A EXERCITAÇÃO DA ESCRITA PROFISSIONAL E A IMPORTÂNCIA DOS REGISTOS DA INFORMAÇÃO AO LONGO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM:
1.1 Os registos diários de terreno/diários de campo: definição, finalidades, benefícios e conteúdo
1.2 Actas de reuniões, cronogramas, grelhas de levantamento bibliográfico; fichas de leitura e sua importância para apoio à construção de sínteses teóricas
1.3 A elaboração do dossier da disciplina: organização e conteúdo
2. CONDIÇÕES DE EMERGÊNCIA DA GERONTOLOGIA SOCIAL
2.1 O fenómeno do envelhecer ao longo da história
2.2 Antecedentes históricos e percursores da Gerontologia Social, enquanto especialidade científica
2.3 Conceito de Gerontologia, Gerontologia Social e Geriatria
3. O ENVELHECIMENTO E A VELHICE ENQUANTO OBJECTOS DE ESTUDO DA GERONTOLOGIA
3.1 Diferentes modos de conceber a velhice
3.2 Conceito de Idade, envelhecimento e velhice
3.3 Mitos e estereótipos relacionados com a idade
4. ANÁLISE E REFLEXÃO EM TORNO DOS PAPÉIS PROFISSIONAIS DO GERONTÓLOGO
4.1 A promoção de cuidados a indivíduos em situação de fragilidade
4.2 A promoção do envelhecimento activo
4.3 A promoção do envelhecimento produtivo
4.4 Investigação e desenvolvimento de políticas, programas e projectos
4.5 Formação e treino de profissionais e voluntários (cuidadores)
5. A INVESTIGAÇÃO – ACÇÃO COMO MÉTODO QUE MELHOR SERVE O DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO SOCIAL TEORICAMENTE CONTROLADAS.
5.1 Apresentação geral do modelo de investigação acção: articulações entre diagnóstico, identificação de problemas, identificação de objectivos, construção de problemáticas teóricas, hipóteses teóricas, hipóteses operacionais, estratégias de mudança.
6. APLICAÇÃO DO MODELO DE INVESTIGAÇÃO – ACÇÃO, TENDO EM CONTA OS PROBLEMAS MAIS SIGNIFICATIVOS NOS CONTEXTOS ONDE DECORRE O TRABALHO DE TERRENO.
6.1. Considerações teóricas gerais sobre o diagnóstico
6.2. Identificação de problemas
6.3. Construção de problemáticas teóricas
6.4. Como provocar a mudança: hipóteses teóricas e hipóteses operacionais
6.4.1 A construção de micro projectos específicos:
7. DILEMAS DA POLÍTICA SOCIAL FACE Á VELHICE
7.1. A implementação do direito social à reforma, enquanto primeira exigência de um dispositivo de solidariedade para com os cidadãos idosos
7.2. A implementação de um conjunto de medidas e programas de apoio à velhice: princípios que os informam; destinatários; estratégias de implementação.
7.2.1. Medidas de promoção ao cuidado dos idosos dependentes
7.2.2 Medidas de promoção do envelhecimento activo
7.2.3. Medidas de promoção do envelhecimento produtivo
Bibliografia Principal
Barenys, M.P;El Envejecimiento: Aproximaciones Teoricas, Revista de Treball Social, nº 131 (P.16 à 27), 1993 |
Limón, Mª Rosário e Crespo, Juan A.;Grupos de debate para mayores – guia práctica para animadores, Madrid, Narcea Ediciones, 2002 |
Zimerman, David e Osório, Luiz Carlos (dir.) ;Como trabalhamos com Grupos, Artmed Editora, 1997 |
Guerra, Isabel Carvalho;Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção – o planeamento em Ciências Sociais , Principia, 2000 |
Paúl, Maria Constança;Lá Para o Fim da Vida – Idosos, Família e Meio Ambiente , Coimbra, Livraria Almedina, 1997 |
Vercauteren, Richard; Vercauteren, Marie-Christine; Chapeleau, Jocelyne;Construire le Project de Vie en Maison de Retraite, Éditions Érès, 1993 |
Paúl, C. e Fonseca, A. (coord.);Envelhecer em Portugal , Climepsi Editores, 2005 |
Fonseca, António Manuel ;O Envelhecimento – uma abordagem psicológica , Campus do Saber, Lisboa, Universidade Católica Editora, 2004 |
Zimerman, Guite I;Velhice – Aspectos Biopsicossociais , Artmed Editora, 2000 |
Fernandez-Ballesteros, R. (Ed.);Gerontologia Social, Madrid: Pirámide, 2001 |
Choque, Stella e Choque, Jacques;Animations pour les Personnes âgée , Editions Lamarre, 2000 |
Fernandes, Ana Alexandre ;Velhice e Sociedade – demografia, família e políticas sociais em Portugal , Oeiras, Celta Editora, 1997 |
Departamento de Estatísticas censitárias e da População;O Envelhecimento em Portugal – Situação demográfica e sócio-económica recente das pessoas idosas, INE, 2002 |
Métodos de Ensino
Nesta instância da formação pretendem-se criar oportunidades para suscitar a expressão de todas as dificuldades dos alunos e garantir as condições para aprender a investir os saberes teóricos, processuais e instrumentais na acção prática. Pretende-se que a aprendizagem seja activa e significativa e para isso as aulas serão sustentadas na relação teórico-prática. Parte-se de problemas concretos e de experiências obtidas no terreno para problematizar a acção e a compreensão sobre os fenómenos.
Ao longo das aulas poderá recorrer-se ao uso dos seguintes métodos e estratégias:
- Sessões teórico-práticas, por meio da utilização de metodologias expositivas suportadas por elementos convencionais e multimédia, incluindo também discussão de textos e análise de documentos
- Role-playing e discussão de casos concretos diagnosticados e trabalhados em contexto institucional
- Reflexão, com base nos registos sobre o trabalho de terreno, centrado nas acções a planear e a desenvolver
- Discussão regular sobre práticas profissionais implementadas e/ou ensaiadas.
Avaliação Final
Serão critérios de avaliação de Estágio:
Capacidade de interacção com outros técnicos e grau de participação em tarefas conjuntas;
Relatos das orientadoras locais, relativos ao desempenho dos alunos, através das reuniões desenvolvidas em cada contexto de estágio;
Capacidade interpessoal no contacto com os utentes e na construção de estratégias de apoio;
Assiduidade e participação activa do aluno na dinâmica das aulas de orientação de estágio;
Capacidade de desenvolvimento e operacionalização do projecto de estágio, que inclui a capacidade pessoal de organização do tempo, de ultrapassar constrangimentos, responsabilidade nos compromissos assumidos e eficácia da sua intervenção, tanto em relação à realização de tarefas profissionais concretas junto da população-alvo, como à capacidade para propôr formas de intervenção inovadoras em função do diagnóstico;
Qualidade dos registos de campo sobre observações efectuadas e outros documentos pesquisados ou produzidos que integram o dossier da disciplina
A avaliação das disciplinas de Estágio I e II será o resultado das seguintes ponderações:
- 50% da nota reporta-se ao desempenho demonstrado no trabalho de terreno
- 50% da nota centrar-se-á na realização de trabalho escrito e/ou oral apresentado em sessão de Estágio.
Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular
O horário de atendimento das docentes da disciplina é à 2ª feira, das 14h30 às 17h30.