| Resumo: | Quando falamos de insucesso escolar, a sociedade em geral parece incutir a responsabilidade inteiramente no aluno, como se não existissem outros fatores associados, ou como se esses fatores não tivessem tanto peso como as capacidades cognitivas e empenho do jovem. Mas será que esta ideia pré-concebida corresponde à realidade?
A questão do insucesso escolar não é um tema recente. Também não é uma problemática simples de desenvolver, visto que esta convoca vários fatores que explicam a sua génese. No entanto, neste estudo tentamos contornar esse desafio, abordando as diversas razões que podem estar por trás da desqualificação escolar. Será que o sistema escolar, intitulado de democrático, faz jus a esse título? Será que a escola ¿para todos¿ consegue mesmo chegar a todos? Será que a escola, criada no sentido de qualificar os indivíduos, tendo em conta o seu modo de funcionamento, pode desqualificá-los? E será que quando discutimos o insucesso, falamos do insucesso do aluno ou do sistema escolar?
Para a elaboração deste trabalho de metodologia qualitativa, recorremos a um estudo de caso através de entrevistas semiestruturadas, recolhendo perceções sociais dos atores.
Concluímos que existem bipolaridades no discurso dos diferentes profissionais, referente ao conceito e razões do insucesso escolar e que a formação académica é um fator importante na sensibilização e conscientização desta problemática. Sabemos que passos deveremos seguir para chegar ao sucesso escolar, que os jovens se mostram mais confiantes e felizes quando o fazemos e que não é o jovem, mas sim a escola que se encontra em insucesso |