| Resumo: | O relatório apresentado tem duas componentes: uma componente de investigação e uma
componente de intervenção. O estudo tem como objetivo caracterizar e compreender os
significados atribuídos à medida de acolhimento residencial e o que pensam os/as jovens sobre
as casas de acolhimento enquanto lugares de (re)socialização para a sua integração na
comunidade.
Realizado no decurso do estágio, a presente pesquisa estudou as trajetórias biográficas
de 12 jovens institucionalizados, com idades compreendidas entre os 14 e os 24 anos, residentes
há cinco anos. Os resultados do estudo foram obtidos através de análise reflexiva das narrativas
dos/as jovens.
Os resultados obtidos indicam que a medida de acolhimento residencial representa um
fator de proteção nas trajetórias biográficas dos/as jovens institucionalizados, tal como
pudemos verificar nas narrativas dos/as jovens. A análise evidencia que as estratégias
terapêuticas mobilizadas estão a gerar alterações atitudinais e comportamentais nos/as jovens,
constituindo-se num fator de proteção de comportamentos disruptivos no futuro.
O projeto de investigação e o projeto de intervenção - intitulado ¿(Re)Começar¿, foi
orientado para o desenvolvimento de competências pessoais, cognitivas, emocionais e
comportamentais - evidenciaram trajetórias biográficas onde a dor, o sofrimento, a insegurança,
o abandono, o vazio emocional e a perda do sentido de vida, a par da vivência de certas práticas
marginais, são os atributos que melhor definem a desesperança e expressam o medo de não se
ser importante para ninguém.
A identidade forjada numa vida de errância levou-os a criar um imaginário, onde as
figuras escolhidas lhes permitiram encontrar-se na terra de ninguém. |