Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem
- Compreender que o envelhecimento é um fenómeno social total (isto é, multidimensional e indissociável dos contextos sociais onde ocorre), susceptível de ser perspectivado por uma pluralidade de ciências sociais;
- Reunir contributos de várias ciências sociais a fim de desinstalar preconceitos e ideias estereotipadas acerca do envelhecimento.
Programa
1. Análise demográfica e gerontologia social.
O envelhecimento demográfico resulta da conjugação de dois fenómenos: a diminuição da natalidade (envelhecimento na base da pirâmide etária) e o aumento da esperança de vida (envelhecimento no topo da pirâmide etária).
1.1 Principais indicadores para medir o envelhecimento demográfico de uma dada população: proporção de jovens e idosos; índice de envelhecimento; idade média da morte; esperança média de vida à nascença; proporção de idosos e de “muito idosos”; índices de dependência e índice de sustentabilidade potencial.
1.2 Factores sociais explicativos do envelhecimento demográfico nas sociedades desenvolvidas.
1.3 O envelhecimento demográfico não é um fenómeno homogéneo: estruturas etárias e assimetrias de desenvolvimento entre grandes regiões do mundo, países europeus, regiões do território português.
2. Perspectiva antropológica do envelhecimento
2.1. Envelhecimento e diversidade cultural.
2.1.1. Os contributos da Antropologia permitem-nos entender que a economia, a estrutura hierárquica da sociedade, a religião, as instituições familiares determinam a condição social dos idosos e contribuem para a diversidade das suas condições de existência.
2.1.1.1. Sociedade em que os velhos são valorizados,
2.1.1.2. Sociedades «simples» em que a idade avançada não é fonte de prestígio, nem garantia de um tratamento respeitador da dignidade.
2.2. As atitudes perante a morte também variam consoante as sociedades.
2.2.1. Contributos de N. Elias para o estudo da transformação das atitudes face à morte nas sociedades modernas.
2.2.1.1. O crescente isolamento dos moribundos é um sinal que revela a fragilidade face à consciência da própria morte.
2.2.1.2. Os vários factores que levam a recalcar a ideia da morte.
2.2.1.3. A incapacidade de trazer a quem está a morrer a ajuda e afeição de que necessita quando se despede dos humanos.
2.2.1.4. Nas sociedades industriais altamente urbanizadas, a morte é muito mais discreta e higiénica mas, também, muito mais solitária.
Bibliografia Principal
O envelhecimento em Portugal, Situação demográfica e sócio-económica recente das pessoas idosas, Lisboa, INE, 2002
A. Fernandes;Velhice e Sociedade, Oeiras, Celta, 1997
A.J. Esteves e J.M. Madureira Pinto;«O envelhecimento na área metropolitana do Porto, In: Estatísticas e Estudos Regionais, nº 14, INE, 1998
S. de Beauvoir;Vieillesse, Paris, Gallimard, 1970
J.M. Nazareth;«Os grandes cenários de evolução do envelhecimento demográfico de Portugal no contexto da União Europeia até ao ano de 2050», In: População e Sociedade, nº 5
N. Elias;A solidão dos moribundos, Rio de Janeiro, Zahar, 2001
A. J. Esteves;«Envelhecimento: contas da idade e a contas com modos de viver e morrer», In. Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 43, Porto, Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, 2003
Métodos de Ensino
Aulas teóricas: pedagogia centrada nos receptores das mensagens e baseada na articulação entre exposições a cargo da docente e momentos de reflexão e debate, mobilizando os contributos dos estudantes;
Aulas de orientação tutorial: apresentação e discussão de exercícios realizados pelos estudantes (leitura e análise de informações estatísticas; apresentação das teses de diversos autores, graças à realização de fichas de leitura, sínteses de leituras efectuadas...)
Avaliação Contínua
Avaliação distribuída: teste escrito individual em final de Nov. início de Dez.= 40% da nota final; teste escrito individual na época de exame = 50% da nota final; participação activa nas aulas (intervenção oral, realização de exercícios propostos) = 10% da nota final
ou
Exame final na época de exame