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Sociologia da Marginalidade Social 2


Código: SS1910244    Sigla: SMS2
Áreas Científicas: SOCIOLOGIA

Ocorrência: 2019/20 - 2S

Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos Horas Contacto Horas Totais
LSS1 44 Despacho 11629/2007, de 12 de Junho 4 ECTS

Horas Efetivamente Lecionadas

3TURMAU

Teóricas: 30,00

Docência - Horas

Teóricas: 2,00

Tipo Docente Turmas Horas
Teóricas Totais 1 2,00
Idalina Maria Morais Machado   2,00

Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem

Objectivos da disciplina no contexto da licenciatura
a) Aprofundar o domínio dos instrumentos fornecidos pela Sociologia para analisar criticamente fenómenos/problemas sociais que mobilizam a intervenção do Assistente Social;
b) Fornecer conhecimentos teóricos necessários para interpretar situações concretas observáveis no decorrer do estágio de Serviço Social e para analisar modelos e estratégias de intervenção;

Objectivos específicos da disciplina
1. Dominar as várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia;
1.1 Perceber que a noção de marginalidade social remete para uma pluralidade de situações e comportamentos reagrupáveis em torno de dois tipos principais de fenómenos: condições sociais caracterizadas pela privação de recursos socialmente eficientes (pobreza/exclusão social); práticas e carreiras desviantes;
1.2 Entender as várias leituras sociológicas do comportamento desviante, em geral, e da delinquência juvenil, em particular;
1.3 Investir na construção de uma problemática teórica que encare o comportamento desviante como uma acção colectiva indissociável das relações de dominação e concorrência que estruturam o espaço social.

Programa

1. Introdução
1.1. Desvio, crime, normas e controlo social
1.2. O normal e o patológico na perspectiva da Sociologia
1.3. Diversidade dos comportamentos desviantes
1.4. Perspectivas biológicas e psicológicas de abordagem do desvio
2. A pluralidade teórica na abordagem sociológica do desvio
2.1. Comportamento desviante e défice de integração normativa
2.1.1. A perspectiva de E. Durkheim: o crime e o desvio enquanto fenómenos normais e úteis; as funções do crime e do desvio; o conceito de anomia.
2.1.2. A Escola de Chicago: território urbano e socialização para o crime; o conceito de desorganização social.
2.2. O desvio na perspectiva estrutural-funcionalista.
2.2.1. Da abordagem de Merton a Cloward e Ohlin: disfunção entre estrutura social e estrutura cultural; modos de adaptação à frustração.
2.3. A abordagem culturalista do desvio.
2.3.1. A. Cohen: a subcultura delinquente como resposta ao conflito entre a cultura dos adolescentes das classes populares e a cultura escolar; condições para o desenvolvimento e persistência da subcultura delinquente.
2.4. Acção colectiva e produção de carreiras desviantes: a perspectiva interaccionista.
2.4.1. O desvio como acção colectiva; o modelo sequencial do desvio (principais etapas da carreira desviante - H. Becker); o papel das instituições totais na reprodução do desvio (E. Goffman).

Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC

Um dos objectivos da disciplina consiste em que os alunos dominem as várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia. Para dar cumprimento a tal objectivo o programa contém um conjunto de quadros teóricos de referência no âmbito da Sociologia (abordagem funcionalista, estruturo-funcionalista, culturalista e interaccionista) que serão explorados no que especificamente diz respeito à análise dos factores explicativos do comportamento desviante e do crime. Através da análise pormenorizada dos diferentes autores, procurar-se-á que os alunos percebam que a noção de marginalidade social remete para uma pluralidade de situações e comportamentos reagrupáveis em torno de dois tipos principais de fenómenos: condições sociais caracterizadas pela privação de recursos socialmente eficientes (pobreza/exclusão social) e práticas e carreiras desviantes.

Bibliografia Principal

BECKER, H.S. ;Outsiders (Uma teoria da acção colectiva), Rio de Janeiro: Zahar, 1977
COHEN, A. ;Delinquent Boys, Illianois: The Free Press, 1955
DURKHEIM, E. ;As Regras do Método Sociológico, Lisboa: Presença, 1991
FERREIRA, J.M. et al. ;Sociologia, Lisboa: McGraw Hill, 1995
GIDDENS, A. ;Sociologia, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004
GOFFMAN, E. ;Estigma, Rio de Janeiro: Zahar, 1982
HERPIN, N. ;A Sociologia Americana, Porto: Afrontamento, 1982
MERTON, R. ;Sociologia, Teoria e Estrutura, S. Paulo: Ed. Mestre Jou, 1970
GONÇALVES, R. A. ;Delinquência, Crime e Adaptação à Prisão, Coimbra: Quarteto Editora, 2000
MACHADO, H. ;Manual de Sociologia do Crime, Porto: Afrontamento, 2008
TRAUB, S.H. & LITLLE, C.B. ;Theories of Deviance, Illinois: F.E. Peacock Publishers, 1999
XIBERRAS, M. ;As Teorias da Exclusão, Lisboa: Instituto Piaget, 1993

Observações Bibliográficas

A docente poderá disponibilizar outros documentos bibliográficos de apoio na pasta de documentos da UC.

Métodos de Ensino

A metodologia de ensino e respectivas técnicas didácticas incide, de acordo com as directrizes de Bolonha, sobre aulas teóricas (T) que contemplam a análise, pela docente, dos conteúdos programáticos da unidade curricular, articulando-se a exposição teórica dos temas com a ilustração empírica e a participação dos alunos na sua discussão partindo de actividades científico-pedagógicas que visam consolidar as suas competências (apresentação de textos/outros documentos; análise e discussão de informação estatística sobre as problemáticas em causa; visionamento e discussão de filmes e documentários focalizados nos factores explicativos do desenvolvimento do comportamento desviante).


Modo de Avaliação

3

Componentes de Avaliação e Ocupação registadas

Descrição Tipo Tempo (horas) Data de Conclusão
Participação presencial (estimativa)  Aulas  32
  Total: 32

Avaliação Contínua

Os alunos podem optar por uma das seguintes modalidades de avaliação:

1. AVALIAÇÃO DISTRIBUÍDA (Artigo 11º do Regulamento de Avaliação de Conhecimentos) que consistirá: na realização de dois testes escritos, o primeiro a realizar no dia 26 de Março de 2020 e o segundo no dia do exame final. Cada teste terá uma ponderação de 50%.

ALTERAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A AVALIAÇÃO DISTRIBUÍDA
a) 1 trabalho de grupo (40%)
b) 1 teste a realizar na época dos exames (60%)

2. EXAME FINAL (Artigo 12º do Regulamento de Avaliação de Conhecimentos) que consistirá na realização de um exame escrito individual.

Note Bem:
Para que o aluno se possa manter na avaliação distribuída deverá assistir a 75% do número total de aulas (Ponto 7 do Artigo 11º do Regulamento de Avaliação de Conhecimentos).

Avaliação Final

Avaliação Distribuída

1º teste = 50%
2º teste = 50%

Exame final
Exame = 100%

Provas e Trabalhos Especiais

Não aplicável.

Avaliação Especial (TE, DA, ...)

De acordo com o estabelecido no Regulamento de Avaliação de Conhecimentos.

Melhoria de Classificação Final/Distribuída

De acordo com o estabelecido no Regulamento de Avaliação de Conhecimentos.

Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular

A compreensão das várias leituras do comportamento desviante produzidas no quadro da Sociologia, considerando por um lado o papel activo da pobreza e exclusão social na génese das práticas e carreiras desviantes e por outro lado, as práticas e carreiras desviantes em si mesmas, apela a um esforço de aplicação teórica das teorias sociológicas em aprendizagem a um dado fenómeno social concreto. Para isso consideramos fundamental o investimento em metodologias activas de ensino/aprendizagem, onde se solicite ao aluno a participação na realização de exercícios, discussão de casos práticos, interpretação de eventos associados ao trabalho de terreno. Este tipo de metodologia complementa-se com o recurso a aulas expositivas onde são apresentados, de forma mais sistemática, os conteúdos programáticos da disciplina.