Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem
A formação/dinamização de actores colectivos afigura-se com um campo de
intervenção de especial relevo na prática do assistente social
comprometido com a emancipação dos mais desmunidos.
Será, pois, objectivo específico desta disciplina dotar os estudantes
dos instrumentos teóricos e operatórios que lhes permitam desenvolver a
convicção e os saberes necessários para criar serviços/soluções com os
outros, através de processos de dinamização colectiva que estimulem os
sentimentos de pertença, de identidade, de auto-valorização, de
responsabilidade, de utilidade social.
Programa
1.
Problematização teórica do potencial associativo
1.1 Criar
laços sociais: promoção sócio-cultural dos mais desmunidos é
tributária das suas capacidades de socialização e, portanto, da
sua sustentação em redes relacionais diversificadas
1.2
Fomentar a multiplicação de poderes: a organização colectiva com
oportunidade para experimentar regras e princípios democráticos
1.3 O social no centro de uma actividade económica: a assunção
de uma autêntica actividade económica criando, contudo,
oportunidades para satisfazer necessidades numa lógica não
mercantil
2. Expressões do associativismo em Portugal
2.1
Factores sócio-históricos que contribuíram para a debilidade do
movimento associativo português
2.2 Condicionalismos das
instâncias públicas
3. Processo de formação de actores
colectivos
3.1 Modelos de gestão e disfunções associativas:
afastamento da concretização do projecto transformador
3.2
Acção criadora dos actores: três dilemas a resolver para o
aperfeiçoamento das relações sociais
Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC
Para tirar partido da associação como instrumento de trabalho ao serviço
da resolução de problemas sociais e da elevação cultural e social
dos grupos, é preciso que os estudantes compreendam o seu potencial
transformador. Daí o enfoque na problematização desse potencial,
salientando três dimensões: criar laços sociais; aumentar a
cultura democrática e cívica e a capacidade de influência política
dos cidadãos; a produção de serviços como efectiva oportunidade
de responder aos problemas e necessidades, concertando esforços e
vontades. Uma tal ¿incursão¿ teórica não deve induzir os
estudantes em erro, fazendo-os crer que o potencial transformador da
associação é algo de certo, espontâneo, associado ao acto da
criação. Os estudantes devem entender que a realização desse
potencial depende de condicionalismos internos e externos, exigência
que colmatamos analisando os desafios que se colocam no plano da
organização e gestão associativas e as grandes linhas de evolução
do movimento associativo português.
Bibliografia Principal
Alonso, A.;As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate, Lua Nova, 76, 2009
Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, ;Democracia e associativismo, número temático da Revista Análise Associativa, 2014
Ferreira, P. M.;"Associação e democracia: faz o associativismo alguma diferença na cultura cívica dos jovens portugueses?", Sociologia, Problemas e Práticas, nº 57, 2008
Leitão et al.;Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto. Uma caracterização do associativismo confederado em Portugal, Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, 2009
Nunes, J. Arriscado et al.;Os novos actores colectivos no campo da saúde: o papel das famílias nas associações de doentes, Alicerces, nº 3, 2010
Viegas, J. M. L.;"Associativismo e dinâmica cultural", Sociologia Problemas e Práticas, nº 1, 1986
Viegas, J. M. L.;"Implicações democráticas das associações voluntárias: o caso português numa perspectiva comparativa", Sociologia Problemas e Práticas, nº 46, 2004
Vieira, P.;"Associativismo: problematizar o seu potencial para estruturar e enriquecer as relações sociais", Cadernos de Ciências Sociais, n.º 21-22, 2001
Métodos de Ensino
Iniciando-se o semestre com aulas à distância, com grande probabilidade de se manterem nesta modalidade até ao seu término, evitar-se-ão aulas expositivas longas, optando-se antes por apresentar brevemente os conteúdos programáticos que compõem a unidade curricular, e, a partir de pequenos textos fornecidos aos alunos e lidos e comentados no espaço de aula, chegar à identificação e definição dos conceitos fundamentais que os compõem. De acordo com esta lógica de funcionamento: (I) Num primeiro momento da aula cada tema/assunto que compõe o programa será introduzido pela docente, sendo a seguir fornecidos aos alunos pequenos textos que os abordam com orientações de leitura; (II) Num segundo momento os alunos farão uma leitura individual dos textos, procurando atender aos aspectos salientados e responder às questões conexas;
(III) Na mesma aula, se houver tempo, ou na aula seguinte, discutir-se-ão os argumentos mais significativos presentes no texto e identificados pelos alunos que podem ajudar a explicar e a definir o tema/conceitos em análise.
Modo de Avaliação
1
Componentes de Avaliação e Ocupação registadas
Descrição
Tipo
Tempo (horas)
Data de Conclusão
Participação presencial (estimativa)
Aulas
48
Total:
48
Provas e Trabalhos Especiais
Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular
A apropriação de novos conhecimentos pelos alunos depende da sua implicação activa no processo de descoberta do seu sentido e relevância e mais ainda no processo da sua organização e mobilização de modo a saberem como vir a usá-los na vida profissional. Assim sendo, e tendo em conta as novas condições físicas e sociais em que a formação acontece (ensino à distância), considera-se indispensável aumentar e diversificar os momentos de envolvimento dos alunos nestas diferentes etapas, sob pena de não ter garantias de que sequer conseguem escutar os referidos conhecimentos, quanto mais compreendê-los e saber operacionalizá-los.