| Resumo: | A presente dissertação tem como principal objetivo analisar e compreender a existência de diferentes desenvolvimentos de competências para a vida em jovens institucionalizados, nomeadamente nas desigualdades de género neste processo. Com base numa abordagem mista, foram recolhidos dados através da Escala de Competências de Vida (Gonçalves, Macedo, Pinto & Azeredo, 2016) e da análise de projetos educativos institucionais. No total, participaram 38 jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 22 anos e foram analisados projetos educativos de 7 casas de acolhimento residencial e apartamentos de autonomização.
Os resultados revelaram um domínio significativo por parte de todos os participantes em competências de autocuidado, relações interpessoais e literacia digital, mas apontaram fragilidades acentuadas nas áreas da literacia financeira, habitação e acesso a apoios sociais. As participantes do sexo feminino demonstraram, de forma geral, níveis mais elevados de autonomia e literacia institucional, enquanto que os participantes do sexo masculino apresentaram valores médios de respostas mais elevados nas perguntas relacionadas como a segurança e o transporte. Os projetos educativos analisados revelaram escassa referência aos processos de autonomização, o que representa um desafio à planificação estratégica das instituições.
Apesar de algumas conclusões interessantes e de dados importante para melhorar a adaptação e a consolidação do trabalho de autonomização de crianças e jovens em casas de acolhimento residencial (CAR), na conclusão constam algumas pistas para o trabalho futuro que poderá ser realizado neste âmbito. |