| Resumo: | Quando a família falha nas suas responsabilidades, colocando em perigo as suas
crianças ou jovens, cabe ao Estado intervir para garantir a proteção e o bem-estar dos
mesmos. Das diversas medidas de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo, o
acolhimento institucional, apesar de ser identificado como a última medida a ser aplicada,
acaba por ser uma das mais comuns quando não é possível a manutenção dos menores no seu
meio natural de vida. Cabe às instituições de acolhimento assegurar o desenvolvimento e a
segurança das crianças e jovens que acolhem, bem como propiciar a sua autonomização.
Neste sentido, conseguirá uma instituição de acolhimento transmitir continuamente às suas
crianças e jovens os valores adequados promotores de um processo de desenvolvimento
integrado e da autonomização?
Para responder a esta questão, desenvolvemos um estágio de 900 horas numa Casa de
Acolhimento situada no concelho do Porto. O trabalho desenvolvido assentou no recurso
permanente à observação participante, que se traduziu na participação ativa e direta nas
rotinas diárias das crianças e jovens e no registo permanente das atividades realizadas em
notas de campo. Foram ainda utlizadas as técnicas do inquérito (à equipa educativa e às
crianças e aos jovens) e da entrevista semiestruturada (à equipa técnica) para recolha de
informação relativa à temática central do estágio ¿ a importância dos valores no processo de
desenvolvimento. No plano da intervenção, o trabalho centrou-se na implementação de várias
atividades lúdico-didáticas com o intuito de trabalhar com os menores institucionalizados a
importância dos valores.
Através da informação recolhida, e a partir dos resultados provenientes das atividades
desenvolvidas, exploramos e analisamos se a presente instituição desenvolve efetivamente um
trabalho coerente e contínuo no que toca à transmissão de valores e qual a recetividade destas
crianças e jovens na assimilação desses valores transmitidos. |