| Resumo: | A pandemia COVID-19 teve impacto na população a nível mundial, alterando a vida dos indivíduos a nível individual, relacional e social. As medidas de restrição, embora necessárias, afetaram a saúde mental dos indivíduos, principalmente na população idosa devido ao potencial risco de infeção e ao isolamento social.
Este estudo teve como objetivo avaliar se, decorrente da pandemia provocada pela COVID-19, existiu um aumento dos níveis de solidão e aumento da sintomatologia depressiva e ansiosa na população idosa do concelho de Paços de Ferreira.
A amostra do presente estudo é constituída por 79 idosos do concelho de Paços de Ferreira, com idades compreendidas entre os 65 e 98 anos. Foram utilizados, na recolha de dados, um questionário sociodemográfico, a Escala de Solidão da UCLA de 6 itens (ULS-6), a Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens (GDS-15) e o Inventário de Ansiedade Geriátrica de 5 itens (GAI-SF).
De acordo com os resultados obtidos, existem diferenças estatisticamente significativas entre o momento anterior à pandemia e o momento atual: os valores na solidão aumentaram em 31 participantes (39%), na depressão geriátrica em 35 participantes (44%) e na ansiedade geriátrica em 45 participantes (57%). Relativamente aos dados apurados através da GDS-15, houve um aumento de sintomatologia depressiva em 12 participantes (15,2%) e no GAI-SF, um aumento de sintomatologia ansiosa em 22 participantes (27,8%).
Com o presente estudo concluímos que, no decurso da pandemia COVID-19, os níveis de solidão, depressão e ansiedade aumentaram. São, por isso, necessárias intervenções no que diz respeito à saúde mental do idoso que minimizem as consequências da pandemia, com vista a aumentar a qualidade de vida e bem-estar da população idosa. |