| Resumo: | Esta investigação visa contribuir para a discussão teórica sobre os processos de autonomização e transição nas instituições de acolhimento, e sobre o seu impacto na vida dos jovens ex-acolhidos. Pretende, igualmente, contribuir para a identificação de pistas de ação conducentes à inversão de trajetos vulneráveis dos processos de saída destes jovens. Este trabalho teve por base uma metodologia qualitativa, apoiada na realização em entrevistas semiestruturadas junto de cinco jovens ex-acolhidos, com idades compreendidas entre os 26 e os 33 anos, cujo percurso de acolhimento ocorreu entre os anos 1997 e 2016, em uma casa de acolhimento do concelho de Coimbra. O processo de recolha de informação foi realizado entre janeiro e abril de 2023. Os resultados obtidos a partir da análise de conteúdo das entrevistas realizadas, indicam que, apesar dos jovens entrevistados entenderem que a medida de acolhimento residencial representou um fator de proteção no seu percurso, é consensual que o sistema ainda não está completamente estruturado para dar resposta às dificuldades inerentes ao processo de saída dos jovens para o exterior, destacando como principais falhas a desvinculação e desresponsabilização das instituições de acolhimento a partir do momento de saída. Esta dissertação termina com uma discussão de resultados à luz da literatura existente e implicações para a prática, responsabilizando gradualmente os jovens, através de atividades que fomentem a sua autonomia. |