| Resumo: | Os profissionais das Casas de Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens em Risco lidam diariamente com situações de stresse e desgaste emocional, decorrentes do elevado grau de exigência da sua prática profissional. Estes fatores conduzem frequentemente à exaustão e ao esgotamento de energia, agravados pela escassez de recursos, horários exigentes e número insuficiente de colaboradores, elementos potenciadores do burnout.
O objetivo deste estudo consistiu em compreender os fatores laborais que podem contribuir para o desenvolvimento do burnout e identificar os impactos emocionais associados ao contexto de trabalho, bem como os sentimentos das Equipas Educativas (EE) e da Equipa de Apoio (EA) relativamente às vivências das crianças e jovens, marcadas por experiências traumáticas, e à perceção das exigências e desafios inerentes ao ofício.
A investigação baseou-se numa metodologia qualitativa, apoiada em onze entrevistas semiestruturadas realizadas com as profissionais das EE e EA, que, como critério de inclusão, deveriam estar a trabalhar numa Casa de Acolhimento Residencial de Crianças e Jovens da região Norte de Portugal.
Os testemunhos recolhidos e organizados em categorias mostram o dia a dia destes profissionais, as suas rotinas, os desafios que enfrentam e o impacto emocional que tudo isso lhes causa, evidenciando a sua vulnerabilidade para o desenvolvimento do burnout.
Os resultados foram obtidos por meio da análise de conteúdo contextual das entrevistas. A apresentação dos dados organiza-se em categorias, sendo cada grupo acompanhado da respetiva análise e discussão, sustentadas na literatura existente. |