Associativismo e Formação de Actores Colectivos
Ocorrência: 2019/20 - 2S
Cursos
Horas Efetivamente Lecionadas
3TURMAU
Objectivos, Competências e Resultados de aprendizagem
A formação/dinamização de actores colectivos afigura-se com um campo de
intervenção de especial relevo na prática do assistente social
comprometido com a emancipação dos mais desmunidos.
Será, pois, objectivo específico desta disciplina dotar os estudantes
dos instrumentos teóricos e operatórios que lhes permitam desenvolver a
convicção e os saberes necessários para criar serviços/soluções com os
outros, através de processos de dinamização colectiva que estimulem os
sentimentos de pertença, de identidade, de auto-valorização, de
responsabilidade, de utilidade social.
Programa
1.
Problematização teórica do potencial associativo
1.1 Criar
laços sociais: promoção sócio-cultural dos mais desmunidos é
tributária das suas capacidades de socialização e, portanto, da
sua sustentação em redes relacionais diversificadas
1.2
Fomentar a multiplicação de poderes: a organização colectiva com
oportunidade para experimentar regras e princípios democráticos
1.3 O social no centro de uma actividade económica: a assunção
de uma autêntica actividade económica criando, contudo,
oportunidades para satisfazer necessidades numa lógica não
mercantil
2. Expressões do associativismo em Portugal
2.1
Factores sócio-históricos que contribuíram para a debilidade do
movimento associativo português
2.2 Condicionalismos das
instâncias públicas
3. Processo de formação de actores
colectivos
3.1 Modelos de gestão e disfunções associativas:
afastamento da concretização do projecto transformador
3.2
Acção criadora dos actores: três dilemas a resolver para o
aperfeiçoamento das relações sociais
Demonstração da Coerência dos Conteúdos Programáticos com os Objetivos da UC
Para tirar partido da associação como instrumento de trabalho ao serviço
da resolução de problemas sociais e da elevação cultural e social
dos grupos, é preciso que os estudantes compreendam o seu potencial
transformador. Daí o enfoque na problematização desse potencial,
salientando três dimensões: criar laços sociais; aumentar a
cultura democrática e cívica e a capacidade de influência política
dos cidadãos; a produção de serviços como efectiva oportunidade
de responder aos problemas e necessidades, concertando esforços e
vontades. Uma tal ¿incursão¿ teórica não deve induzir os
estudantes em erro, fazendo-os crer que o potencial transformador da
associação é algo de certo, espontâneo, associado ao acto da
criação. Os estudantes devem entender que a realização desse
potencial depende de condicionalismos internos e externos, exigência
que colmatamos analisando os desafios que se colocam no plano da
organização e gestão associativas e as grandes linhas de evolução
do movimento associativo português.
Bibliografia Principal
Alonso, A.;As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate, Lua Nova, 76, 2009 |
Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, ;Democracia e associativismo, número temático da Revista Análise Associativa, 2014 |
Ferreira, P. M.;"Associação e democracia: faz o associativismo alguma diferença na cultura cívica dos jovens portugueses?", Sociologia, Problemas e Práticas, nº 57, 2008 |
Leitão et al.;Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto. Uma caracterização do associativismo confederado em Portugal, Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, 2009 |
Nunes, J. Arriscado et al.;Os novos actores colectivos no campo da saúde: o papel das famílias nas associações de doentes, Alicerces, nº 3, 2010 |
Viegas, J. M. L.;"Associativismo e dinâmica cultural", Sociologia Problemas e Práticas, nº 1, 1986 |
Viegas, J. M. L.;"Implicações democráticas das associações voluntárias: o caso português numa perspectiva comparativa", Sociologia Problemas e Práticas, nº 46, 2004 |
Vieira, P.;"Associativismo: problematizar o seu potencial para estruturar e enriquecer as relações sociais", Cadernos de Ciências Sociais, n.º 21-22, 2001 |
Métodos de Ensino
Sessões teóricas:contemplam a análise, pela docente, dos conteúdos programáticos da
unidade curricular, articulando a exposição teórica com a ilustração empírica e participação dos alunos na sua discussão.
Sessões de orientação tutorial: contemplam
um conjunto de actividades baseadas na:
- leitura e interpretação de textos ilustrativos dos temas trabalhados nas aulas, seguidas de discussão alargada;
- em exercícios de aplicação dos conhecimentos no fim da abordagem de
cada ponto do programa;
- no esclarecimento de dúvidas individuais quando solicitado.
A avaliação adoptada na disciplina é a avaliação distribuída, sendo composta por duas provas escritas e individuais,a última
das quais a realizar na mesma data que o exame final, e pela realização
de uma reflexão individual elaborada com base na participação numa das
sessões da Assembleia de Freguesia da freguesia de residência de cada
aluno, ao abrigo do previsto no nº 1 do artigo 49º da Lei nº 75/2013, de
12 de Setembro. Cada uma das provas de avaliação terá um peso na nota
final de 45% e a referida reflexão terá um peso de 10%.
Modo de Avaliação
Avaliação apenas com exame final
Componentes de Avaliação e Ocupação registadas
Descrição |
Tipo |
Tempo (horas) |
Data de Conclusão |
Participação presencial (estimativa) |
Aulas |
45 |
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|
Total: |
45 |
Demonstração da Coerência das Metodologias de Ensino com os Objetivos de Aprendizagem da Unidade Curricular
Uma vez que com a disciplina se pretende que os alunos se apropriem de
um conjunto de novos conhecimentos, considera-se indispensável
investir na sua exposição de uma forma que se pretende estruturada
e coerente, tornando-os inteligíveis e, deste modo, apreensíveis.
Isto não invalida, contudo, que se combinem estes momentos com
outros, complementares e seguramente de maior implicação e
exigência para os alunos, em que são desafiados a organizar e
mobilizar os referidos conhecimentos perante problemas/exercícios
concretos.